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Diversas atividades que proporcionam o funcionamento do mundo moderno dependem da energia elétrica para ocorrer. O Brasil tem quase metade da sua produção de energia baseada em fontes renováveis. A nível mundial, é uma marca expressiva, pois a matriz energética mundial gira em torno de 15% de fontes renováveis.

De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em 2023, 99% da população brasileira possui acesso a energia elétrica, e para viabilizar o suprimento de energia sistema são produzidos mais de 220.308 MW a cada hora, o que equivale ao funcionamento de 1,47 bilhão de televisores. As usinas hidrelétricas compõem uma grande fração da produção de energia elétrica, e ainda que sejam consideradas fontes de energia “limpa”, ela não é produzida sem custos ambientais ou sociais, pois as usinas hidrelétricas são a causa de represamento, mudança do curso de rios e até redução do fluxo de águas.

Trata-se de um conjunto de fontes responsáveis por atender toda a demanda energética de um país, desde a energia elétrica até a utilizada nos sistemas de transporte. Pode ser composta por fontes renováveis, tais como a hidráulica, eólica, solar e biomassa, além de fontes não renováveis, como o petróleo e seus derivados, gás natural, carvão mineral e nuclear.

Segundo o Balanço Energético 2023 (BEN 2023), no último ano, o Brasil teve 47,4% da sua produção energética vinda de fontes renováveis. A nível mundial, é uma marca expressiva, pois a matriz energética mundial gira em torno de 15% de fontes renováveis.

 

Por outro lado, a energia fotovoltaica possui baixo custo para produzir eletricidade e baixo índice de impactos ambientais. Para o professor e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), Fernando Caneppele, no cenário de mudanças climáticas e longos períodos de seca, a energia fotovoltaica ajuda a mitigar a dependência do país da energia produzida por hidrelétricas. “A inserção de uma outra fonte [de energia], como a solar, traz benefícios no que diz respeito à diversificação da matriz, que atualmente é muito dependente da energia hidrelétrica” disse.

Dependência das HidrelétricasFernando Caneppele
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Desde 2017 houve um crescimento da participação da energia fotovoltaica na matriz elétrica brasileira. Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), em 2023, o Brasil possui 2.146.189 sistemas de energia solar ligados à rede. A geração distribuída, que corresponde aos sistemas de pequeno porte, produz 23,8 GWh, enquanto as usinas solares fotovoltaicas espalhadas por 17 estados brasileiros geram 145,8 GWh.

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Fernando Canepelle

Com mais de 15 anos de atuação acadêmica em diversos níveis, atualmente é professor livre-docente na USP na área de energia e orienta alunos de graduação, especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado na USP e na UNESP.

Já o engenheiro eletricista, Renan da Silveira, acredita que a energia fotovoltaica é uma ótima alternativa para um mundo mais sustentável e ressalta a importância de facilitar o acesso a essa tecnologia. “Acho fundamental que cada vez mais seja incentivado esse tipo de comércio e instalação, e que seja facilitada a questão financeira para que todo mundo possa ter acesso.” enfatiza. Sua perspectiva reflete não apenas a importância do setor elétrico na transição para fontes mais sustentáveis, mas também a necessidade de tornar essa tecnologia mais acessível a todos os segmentos da sociedade.

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Renan da Silveira

Engenheiro eletricista e empresário com ampla expertise no setor elétrico. É proprietário da empresa Reluz Materiais Elétricos e Engenharia

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Usina solar fotovoltaica da Creluz, em Ametista do Sul - RS (Foto: Witor Silva)

De acordo com dados da Aneel, representou apenas 5,63% da energia gerada em todo o país em 2023. Apesar de representar uma fração pequena da matriz elétrica, a fonte tem crescido de forma acelerada, e de acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME), no período entre janeiro e setembro deste ano, a energia fotovoltaica foi responsável por um acréscimo de 3 GWh na matriz elétrica brasileira, o que representa um crescimento de 43% em relação ao ano anterior.

"A tecnologia de geração fotovoltaica se tornou viável e hoje se troca conta de luz por parcela de financiamento"

Dentre todas as fontes de energia, a produção solar fotovoltaica foi a que apresentou a maior expansão em 2023. A coordenadora estadual do RS da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), Mara Schwengber atribui parte desse crescimento a redução gradativa dos preços para a instalação e a entrada de linhas de crédito, que ao longo dos anos tornaram o uso de energia solar economicamente viável fazendo com que muitas vezes a parcela do financiamento tenha um valor menor que a conta de luz. Ainda, segundo Mara, a expansão da energia solar fotovoltaica deve prosseguir nos próximos anos como uma importante fonte complementar, não substituindo a matriz hídrica.

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Mara Schwengber

Atual coordenadora da Absolar no Rio Grande do Sul, também é CEO da empresa Solled Energia, sediada em Santa Cruz do Sul.

 

Marco Legal dá melhor segurança jurídica, mas ainda deixa dúvidas

No que diz respeito às garantias legais para funcionamento da energia, o Brasil vive um momento de expectativa. A promulgação da Lei 14.300/2022, que estabeleceu o Marco Legal da Microgeração e Minigeração Distribuída, que prevê novas diretrizes para quem opta pela própria geração de energia residencial, comercial e industrial, e que tenha conexão com a rede da distribuidora de energia. As instalações realizadas a partir de 7 de janeiro de 2023, irão pagar uma taxa de uso do “Fio B” pela utilização da infraestrutura da distribuidora. Antes dessa data, a compensação era feita de maneira igualitária e o consumidor recebia créditos na mesma quantidade de energia produzida. Atualmente, se o sistema injetar 100 KWh na rede, receberá 95,9 KWh de créditos energéticos de volta descontada a taxa de 4,1% do uso da rede. Pelo Marco Legal, o encargo aumentará 4,1% ao ano, no entanto, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e a Aneel ainda estão em fase de estudos para definir a alíquota da taxa do “Fio B”.

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Microgeração de energia, em Independência/RS (Foto: Taís Busanello)

Minigeradores de energia, em Frederico Westphalen/RS (Foto: Taís Busanello)

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Vídeo ilustrativo do funcionamento da energia solar fotovoltaica

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